Rodolfo Torres (*)
Em época de revisão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), um estudo do Banco Mundial de 2012 continua revelador: a classe média latino-americana cresceu 50% entre os anos de 2003 e 2009. E o Brasil foi responsável por cerca de 40% desse crescimento.
“O mundo quer entender como isso aconteceu na região, e como esse fenômeno se sucedeu no Brasil, onde as mudanças foram maiores”, afirmou a diretora do Banco Mundial no Brasil, Deborah Wetzel, no lançamento do relatório “Mobilidade Econômica e Ascensão da Classe Média Latino-Americana”.
De acordo com a executiva, a fórmula de sucesso é combinar programas sociais com estabilidade econômica. E deu no que deu. O Banco Mundial considerou classe média o indivíduo que tem renda entre US$10 a US$50 por dia (US$ 14,6 mil e US$ 73 mil por ano).
Afirma o estudo que a renda mais elevada – e por consequência uma menor desigualdade – contribuíram para a redução da pobreza e expansão da classe média na região.
As receitas fiscais da região, tirando Brasil e Argentina, são “relativamente baixas”.
Ou seja: a América Latina não consegue arrecadar muitos tributos da população.
As honrosas exceções, repito, são Argentina e Brasil.
Os “médios” latino-americanos continuam naquele dilema de sempre: pagar aquele tanto de impostos e correr aos serviços privados de saúde e educação.
Quando o assunto é previdência social, o jogo se inverte.
Para o Banco Mundial, nosso contrato social – “combinação de medidas implícitas e explícitas que determinam o que cada grupo aporta e recebe o Estado” – é “fragmentado”. Eu diria que nosso contrato social, assim como a existência humana, é kafkaniano.
Ao fim, a instituição internacional frisa que o “ambiente externo positivo” da maior parte da década de 2000 permitiu essa subida de tanta gente para a classe média.
O desafio dos líderes latino-americanos nesta década é que “a região não pode contar com a permanência de um ambiente externo tão favorável quanto no passado recente”.
Em suma: os esforços políticos dos próximos anos serão muito maiores para que a economia cresça menos do que na década passada. Mais trabalho e menos resultados.
Não tem jeito. E, seja quem for o próximo comandante desta nossa nau que flutua sobre suores e lágrimas, resultados semelhantes aos da década estão fora de cogitação.
Melhor esquecer.
(*) Jornalista , redator é graduado em comunicação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

“O mundo quer entender como isso aconteceu na região, e como esse fenômeno se sucedeu no Brasil, onde as mudanças foram maiores”, afirmou a diretora do Banco Mundial no Brasil, Deborah Wetzel, no lançamento do relatório “Mobilidade Econômica e Ascensão da Classe Média Latino-Americana”.
De acordo com a executiva, a fórmula de sucesso é combinar programas sociais com estabilidade econômica. E deu no que deu. O Banco Mundial considerou classe média o indivíduo que tem renda entre US$10 a US$50 por dia (US$ 14,6 mil e US$ 73 mil por ano).
Afirma o estudo que a renda mais elevada – e por consequência uma menor desigualdade – contribuíram para a redução da pobreza e expansão da classe média na região.
As receitas fiscais da região, tirando Brasil e Argentina, são “relativamente baixas”.
Ou seja: a América Latina não consegue arrecadar muitos tributos da população.
As honrosas exceções, repito, são Argentina e Brasil.
Os “médios” latino-americanos continuam naquele dilema de sempre: pagar aquele tanto de impostos e correr aos serviços privados de saúde e educação.
Quando o assunto é previdência social, o jogo se inverte.
Para o Banco Mundial, nosso contrato social – “combinação de medidas implícitas e explícitas que determinam o que cada grupo aporta e recebe o Estado” – é “fragmentado”. Eu diria que nosso contrato social, assim como a existência humana, é kafkaniano.
Ao fim, a instituição internacional frisa que o “ambiente externo positivo” da maior parte da década de 2000 permitiu essa subida de tanta gente para a classe média.
O desafio dos líderes latino-americanos nesta década é que “a região não pode contar com a permanência de um ambiente externo tão favorável quanto no passado recente”.
Em suma: os esforços políticos dos próximos anos serão muito maiores para que a economia cresça menos do que na década passada. Mais trabalho e menos resultados.
Não tem jeito. E, seja quem for o próximo comandante desta nossa nau que flutua sobre suores e lágrimas, resultados semelhantes aos da década estão fora de cogitação.
Melhor esquecer.
(*) Jornalista , redator é graduado em comunicação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
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