Bellini Tavares de Lima Neto (*)
Eu desisti de acompanhar futebol e torcer por qualquer time. Confesso que me dei por vencido. A violência, a truculência, a desonestidade, tudo isso me levou a tirar completamente o futebol da minha vida e dos meus interesses pessoais.
E sobrevivi muito bem. Até melhor.
Uma das coisas que sempre me indignou nessa atividade foi o papel dos dirigentes dos clubes e de uma parte dos cronistas esportivos. Essa gente, dando uma demonstração inequívoca de irresponsabilidade, nunca hesitou em se valer dos meios de comunicação para incitar a violência entre os torcedores. Inúmeras vezes vi e ouvi comentários desairosos de um dirigente a respeito de outro clube, assim como brincadeiras ofensivas destiladas por jornalistas esportivos. Tudo isso deu uma sensível e significativa contribuição para acirrar os ânimos entre os torcedores e criar um clima de violência verbal e física entre eles. O resultado está por aí, claro, altissonante.
Vez por outra, se mostra através de mortes.
Exatamente essa irresponsabilidade, tenho observado há um bom tempo por parte desse partido dito dos trabalhadores e que tem se esmerado em tentar dividir a sociedade entre “nós” e “eles”. E agora, mais recentemente, numa tática de aparente desespero, tem apelado sistematicamente para incentivar uma rivalidade estúpida entre norte e sul do país.
Sempre existiu uma rivalidade entre paulistas e cariocas, muitas vezes ditada pelo sempre inconveniente futebol. Mas, a rigor, nunca passou disso. No entanto, o partido dito dos trabalhadores tem insistido nessa tecla imbecil e extremamente perigosa de procurar exaltar espécie de luta de classes. Além, é claro, de iludir uma considerável camada da população com vistas à manutenção do poder, o que mais pretendem esses incitadores? Provocar uma secessão no Brasil?
Será que tem em vista dividir o país em dois, criar dois países distintos?
Se for isso, que tenham pelo menos a decência que se viu no Reino Unido e proponham um plebiscito. Mas, usar desse artifício para se assegurar uma vitória eleitoral é, no mínimo, indecoroso. E, mais do que isso, é extremamente perigoso.
O que pretende essa gente? Criar uma guerra civil?
Ora, senhores, talvez seja pedir demais, mas tentem se lembrar dos mais primários sentidos de decência e abandonem essa tática nazista.
No Estado de São Paulo há um imenso contingente de nordestinos que nunca foram alvo de violência por parte dos nativos. Isso acontece em toda parte.
Por favor, discutam suas propostas, se é que as tem, apresentem seus projetos, mostrem o que de fato fizeram até agora, mas não se espelhem no lamentável exemplo dos dirigentes de futebol, pois a briga que daí pode advir corre o risco de ir muito além dos estádios.
Se nos estádios, o espetáculo já é deprimente, será que ninguém consegue imaginar o que seria no âmbito de todo um país?
Não há sulistas, nortistas, nordestinos, há brasileiros.
Da mesma forma que, quem sabe um dia, deixará de haver brancos, negros, mulatos, amarelos, pardos e nos sentiremos satisfeitos em sermos identificados como seres humanos. Isso já pode ser muito.
(*) Advogado aposentado é morador em São Bernardo do Campo (SP)
Eu desisti de acompanhar futebol e torcer por qualquer time. Confesso que me dei por vencido. A violência, a truculência, a desonestidade, tudo isso me levou a tirar completamente o futebol da minha vida e dos meus interesses pessoais.
E sobrevivi muito bem. Até melhor.
Uma das coisas que sempre me indignou nessa atividade foi o papel dos dirigentes dos clubes e de uma parte dos cronistas esportivos. Essa gente, dando uma demonstração inequívoca de irresponsabilidade, nunca hesitou em se valer dos meios de comunicação para incitar a violência entre os torcedores. Inúmeras vezes vi e ouvi comentários desairosos de um dirigente a respeito de outro clube, assim como brincadeiras ofensivas destiladas por jornalistas esportivos. Tudo isso deu uma sensível e significativa contribuição para acirrar os ânimos entre os torcedores e criar um clima de violência verbal e física entre eles. O resultado está por aí, claro, altissonante.
Vez por outra, se mostra através de mortes.
Exatamente essa irresponsabilidade, tenho observado há um bom tempo por parte desse partido dito dos trabalhadores e que tem se esmerado em tentar dividir a sociedade entre “nós” e “eles”. E agora, mais recentemente, numa tática de aparente desespero, tem apelado sistematicamente para incentivar uma rivalidade estúpida entre norte e sul do país.
Sempre existiu uma rivalidade entre paulistas e cariocas, muitas vezes ditada pelo sempre inconveniente futebol. Mas, a rigor, nunca passou disso. No entanto, o partido dito dos trabalhadores tem insistido nessa tecla imbecil e extremamente perigosa de procurar exaltar espécie de luta de classes. Além, é claro, de iludir uma considerável camada da população com vistas à manutenção do poder, o que mais pretendem esses incitadores? Provocar uma secessão no Brasil?
Será que tem em vista dividir o país em dois, criar dois países distintos?
Se for isso, que tenham pelo menos a decência que se viu no Reino Unido e proponham um plebiscito. Mas, usar desse artifício para se assegurar uma vitória eleitoral é, no mínimo, indecoroso. E, mais do que isso, é extremamente perigoso.
O que pretende essa gente? Criar uma guerra civil?
Ora, senhores, talvez seja pedir demais, mas tentem se lembrar dos mais primários sentidos de decência e abandonem essa tática nazista.
No Estado de São Paulo há um imenso contingente de nordestinos que nunca foram alvo de violência por parte dos nativos. Isso acontece em toda parte.
Por favor, discutam suas propostas, se é que as tem, apresentem seus projetos, mostrem o que de fato fizeram até agora, mas não se espelhem no lamentável exemplo dos dirigentes de futebol, pois a briga que daí pode advir corre o risco de ir muito além dos estádios.
Se nos estádios, o espetáculo já é deprimente, será que ninguém consegue imaginar o que seria no âmbito de todo um país?
Não há sulistas, nortistas, nordestinos, há brasileiros.
Da mesma forma que, quem sabe um dia, deixará de haver brancos, negros, mulatos, amarelos, pardos e nos sentiremos satisfeitos em sermos identificados como seres humanos. Isso já pode ser muito.
(*) Advogado aposentado é morador em São Bernardo do Campo (SP)
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