Sérgio Siqueira (*)
Aquela história do carnaval de passaportes para bufões com cadeira cativa no trem elétrico da alegria de quem está acima do bem e do mal, porque um metalúrgico aposentado precocemente subiu, depois de 30 anos de desemprego, a rampa de um palácio, já foi para o rol das missas de 7° Dia - onde Millôr garante que acaba a memória nacional.
Pior do que isso, bem pior é que já esqueceram ter visto, um dia, transitando na rodovia que liga Brasília a São Bernardo do Campo 11 caminhões de entulho autoritário, carregando milhares de bens móveis que não pertencem a um presidente, porque a Constituição diz que são todos do acervo nacional, da nação, do Brasil, os mimos e presentes recebidos por quem quer que seja, quando no exercício da Presidência da República.
De jóias a artesanatos; de sapatos a retratos; de gravatas a peças de arte; de bebidas a crucifixos, milhares de itens que não estão na bíblia também foram surrupiados na mão grande e distribuídos em uma frota de 11 carretas bem fornidas com o que é dos outros - salvo horrosas exceções das coisas e loisas que já eram da famiglia, antes que o poderoso chefão desse no pé do cargo de mais alta investidura no País.
Se os filhos e afilhados não devolvem passaportes mal havidos, você acha que o chefe da famiglia vai devolver 10 caminhões de preciosidades e badulaques, para ficar com apenas um reles e pobretão caminhão de mudança - bom até demais para quem chegou no Palácio há oito anos, um mês e nove dias com uma mão atrás e outra na frente?!?
Espere sentado. Espere até outubro de 2014, quando ele voltará. Há quem duvide que ele chegue em Brasília trazendo dessa vez 11 caminhões de tralhas. Para isso, Lula não vai precisar de passaporte; é coisa para salvo-conduto.
(*) Jornalista e publicitário e escreve o Blog Sanatório da Notícia
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