Tráfico de drogas, epidemia mais grave do que a dengue
Padre Edilberto Sena (*)
O Brasil vive hoje vários problemas de saúde que afligem milhares de famílias - A hanseníase, a malária, a dengue, são epidemias que já poderiam não existir, se houvesse uma opção prioritária do Estado brasileiro para com o social, o ser humano antes do crescimento econômico.
Isso é grave para um país cujos governantes sonham em torná-lo o 5º mais rico do mundo, nos próximos 10 anos.
Porém, mais grave ainda do que as doenças tropicais, é a epidemia do tráfico de drogas, maconha, cocaina, crack e outras, que se alastra no país. A situação está tão grave que não é só em São Paulo e Rio de Janeiro; não é apenas Belém e Manaus a força do tráfico. A epidemia contamina Santarém, Belterra, Monte Alegre; e não só, já se ouve falar de uso de drogas em comunidades rurais no Tapajós, Mojuídos Campos,
Lago Grande do Curuai e outras.
Calcula-se que 98% dos usuários de drogas perderam o sentido da vida como realização criativa da pessoa. Os traficantes das drogas pertencem ao menos a duas categorias, uma de novos ricos e ourtra de valhos pobres. Uma é a dos entregadores de papelotes e petecas. Estão na ponta do tráfico e enchem os presídios. A outra categoria é dos fornecedores das drogas. Estes não têm escrúpulos de consciência,
provavelmente estão ricos; pois fala-se que o tráfico de drogas faz circular bilhões de reais por dia, no mundo.
Estes fornecedores de drogas não têm rosto visível e raramente são presos. Exatamente porque são patrões do narcotráfico e não se expõem ao público. É até estranho que os detetives, investigadores, polícias e delegados raramente
prendam um grande traficante. Quase diariamente em cidades como Santarém, são presos pequenos entregadores de papelotes, ou aqui e acolá, um portador de um, ou 5 pacotes de cocaína. Já os grandes comerciantes de droga não são pegos.
Será que não tem nenhum grande traficante em Santarém? Como é que toda essa droga que circula na região, como é que ela chega aí? Quem mais ganha dinheiro com esse comércio do crime? São vários os motivos porque a epidemia de drogas é mais grave do que a de dengue. E a cura é mais desafiadora. Para Dengue basta repouso e tilenol.Para drogas só com prevenção e começando nas famílias e nas escolas. Isso demonstrado muito amor ao próximo.
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)
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