quinta-feira, 29 de março de 2012

Trânsito na cidade mata muito e aleija mais

Edilberto Sena (*) 

Se perguntarem quem veio primeiro, se o ovo, ou a galinha, pode se ter dúvidas. Mas se a indagação for sobre quem veio primeiro, se o pedestre, ou os veículos motorizados, então não há por que ter dúvida e portanto, quem deveria sempre ter prioridade nas ruas e calçadas, deveria ser o pedestre? Conclusão lógica e clara, como a clara do ovo. Mas hoje na cidade, o pedestre não pode se fiar na sua prioridade. Falta rigor na fiscalização e fala responsabilidade em grande parte dos motoristas. 

Hoje, chega a denúncia de que está um perigo a Avenida Tapajós, porque os motoristas estacionam veículos de um lado e de outro da avenida, como ela é de mão dupla e fica à beira do rio, onde atracam dezenas de barcos do interior, como também há um intenso comércio, então o caos está montado. 

Mas pensando bem, o perigo na Avenida Tapajós é pequeno se comparado ao perigo da Avenida Sérgio Hein. Aquela rua é um corredor de acidentes, por vários motivos. O primeiro e mais grave é a prefeitura e suas secretarias de infraestrutura e de trânsito. Uma avenida longa, estreita e sem acostamento, de mão dupla. 

Além disso, a prefeitura não toma nenhuma providência para impedir aqueles bares e danceterias em frente a Ulbra, prejudicando o já precário trânsito. Tomaram toda a calçada, deixando o pedestre exposto a um acidente. E por fim, sendo uma avenida de mão dupla mas estreita, então a arapuca está armada e aumentam os acidentes. 

Mas não são apenas estas duas ruas mal fiscalizadas e causadoras de acidentes. O outro motivo de tantas mortes e aleijões é a falta de ética de muitos motoristas de carro de ônibus de carretas, de motocicletas e até de carreiros de cavalo e carroças, sem esquecer os usuários de bicicletas. 

O trânsito na cidade está ficando um perigo crescente. O pedestre não tem prioridade para andar nas ruas. Será que a prefeitura e suas secretarias não percebem a gravidade? Não fazem um planejamento e ação enérgica para salvar vidas? Quando tomarão providência? Fica a impressão que não há um plano estratégico do município, se há, não é levado a sério. 

(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA) 

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