quinta-feira, 29 de março de 2012

Mano Menezes e a seleção

Mano Menezes. O inseguro homem do bafômetro mostra a falta de rumo do futebol brasileiro. O técnico de Andrez pede licença para fracassar na Olimpíada e defende o improviso. Está ficando cada dia melhor…  

Cosme Rímoli (*) 

A cada entrevista, Mano deixa claro. 
O Brasil nunca esteve tão sem rumo. 
Mesmo confortável entrevista ao Sportv ele conseguiu se perder. 
Inseguro, mexia na aliança a cada pergunta. 
Psicólogos enxergam nesta reação a falta da esposa. 

De alguém para protegê-lo. 
Era evidente o constrangimento por ter se recusado a fazer o teste do bafômetro ontem. Mesmo sabendo que não precisaria tocar no assunto que todos queriam ouvir. 
O vergonhoso flagrante no Rio não fez parte da pauta. 

O tiro saiu pela culatra. 
Ficou mais feio ainda. 
Ninguém soube porque estaria dirigindo alcoolizado. 
Mas o desrespeito para o cargo que ocupa é de domínio público. 

E não será esquecido. 
Mano virou motivo de várias piadas na Internet. 
Pior para quem ainda o deixou no cargo. 
Não bastassem os fracos resultados, agora o vexame do bafômetro. 

Mano falou sobre preparação para a Copa de 2014. 
Ou a falta dela. 
Sua desculpa para as 83 convocações e nenhuma base foi assustadora. 
Mano teve o desplante de lembrar de 2002. 


Disse que a Seleção foi montada na última hora e ganhou a Copa. 
E que o time de 1982, acabou montado com antecedência, fracassou. 
Mano defendeu o improviso. 
Por seu raciocínio tortuoso, o melhor é perder tempo até perto da Copa. 

Deixá-lo conhecer mais de perto os jogadores do Shakhtar Donetsk. 
E aí sim, quando o fracasso estiver quase consumado, chamar alguém competente. 
Sua tese é ridícula. 
Preparo, planejamento não valem nada no seu raciocínio. 

Sentindo a pressão para que seu futuro seja decidido na Olimpíada, ele foi esperto. 
Teve a coragem de pedir mais prazo na Seleção. 
Usando a tevê a cabo da Globo, ele promete o time ideal na Copa das Confederações. 
Ou seja: ele não quer que a Olimpíada seja levada a sério. 

Pediu arrego. 
É um James Bond ao contrário. 
Ele acaba de pedir licença para dar vexame em Londres. 
Absurdo que foi aceito sem contestação. 

Sobre a sua fixação em Ronaldinho Gaúcho, a resposta foi absurda. 
Mano teve o desplante de afirmar que as suas péssimas partidas pelo Flamengo não devem ser levadas em consideração. 
E o que vale é o que fez na Seleção Brasileira. 
Justo o jogador que mais decepcionou no selecionado desde 2006. 

Capaz de fazer Zagallo quase ter um enfarto de raiva ao comentar sobre ele. 
"O Ronaldinho nunca teve personalidade para jogar na Seleção", repete o velho Lobo. 
Só ele e Parreira sabem o quanto perderam tempo com ele. 
Dunga estava vacinado e nem tentou. 

Mas justo agora, com 32 anos, sem energia, Mano o quer na Seleção. 
Ao justificar a sua escolha, Mano trocou os pés pelas mãos. 
E atacou Paulo Henrique Ganso. 
"Eu também queria um jogador mais intenso para colocar os atacantes na cara do gol." 

Ele quis se referir à instabilidade de Ganso. 
Como não tem, aposta em Ronaldinho Gaúcho, atleta consumido fisicamente pelas baladas. 
Mas teve mais. 
Diante da grande bobagem que fez em relação a Kaká, não colocá-lo na lista de 52 jogadores que podem ir para a Olimpíada, Mano foi criativo. 

Disse que será a próxima pré-temporada que mostrará se ele serve ou não para a Seleção. E que a próxima pré-temporada acontecerá ao mesmo tempo da Olimpíada. 
Desculpa rala. 
Mano não acreditava que Kaká voltasse a jogar bem. 

Desprezou os sinais e agora tenta justificá-los. 
O mais idiota é que Mano poderia colocar quantos jogadores quisesse nesta primeira lista para a Olimpíada. 
Se Kaká continuar a atuar bem no Real, não poderá ser chamado. 
Por o treinador tem de se submeter a ser ironizado até pela sogra de Kaká. 

Mas quando se pensava que havia acabado, havia mais. 
Para justificar a ausência de Robinho, Mano abusou do bom senso. 
Ele disse que devido ao fracasso da Seleção de Dunga, resolveu dar um descanso nas convocações ao atacante do Milan. 
Como assim? 

Descanso depois de o próprio Mano o convocar diversas vezes após o Mundial? 
Será o treinador da Seleção pensa que ninguém pensa? 
Ele o chamava quando vivia péssima fase no Milan. 
Hoje quando é destaque do time italiano está fora dos planos. 

Ah, mas pode voltar. 
Com Mano é sempre assim. 
O que ele fala hoje não vale amanhã. 
É este o homem que o Brasil entregou o seu futebol. 

Mano Menezes, o protegido de Andres Sanchez. 
O inseguro técnico especialista na Segunda Divisão...

(*) Jornalista esportivo que atuou no Jornal da Tarde por 22 anos 

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