Opinião:
Fecoagro - Santa Catarina
O Congresso dos Estados Unidos da América (EUA) conclamou os produtores rurais e madeireiros a apoiarem os esforços da União Nacional de Agricultores no Projeto titulado "Fazendas aqui, Florestas lá: Desmatamento Tropical “versus” Competitividade da Agricultura e do Cultivo de Madeira nos EUA", o qual revelou um cenário já percebido por milhões de agricultores brasileiros e abraçado por ambientalistas que dizem lutar pela preservação do meio ambiente brasileiro: a estratégia internacional americana sobre as florestas brasileiras. Ou como falou o próprio vice-presidente da União Nacional, Fred Yoder, da Associação de Produtores de Milho de Ohio, “salvar as florestas tropicais não é mais apenas para os naturalistas protetores de árvores (ONGs)”.
Segundo o relatório, que também foi apresentado durante reunião da Comissão da Agricultura da Câmara dos Deputados, em Brasília, a proteção das florestas brasileiras pode gerar um lucro de US$ 200,0 bilhões de dólares para produtores de soja, carne, madeira e oleaginosas dos EUA até 2030. A pesquisa americana só reforça a intenção de transformar o Brasil no “pulmão do mundo”, além de fortalecer um discurso já recorrente e pouco destacado pela sociedade, no qual os ambientalistas brasileiros são movidos por interesses de Organizações Não Governamentais e não porque se preocupam, realmente, com o Brasil e os produtores familiares em especial. Roger Johnson, Presidente da União Nacional - que recentemente retornou de uma viagem de estudos ao Brasil – mesmo disse: “como os agricultores fami liares brasileiros lutam para se manterem em suas terras, nós (americanos) temos que ter certeza de que isto não ocorrerá por práticas como o desmatamento irresponsável”.
A meu ver, trata-se de um grande contra-senso, pois eles já desmataram o que podiam. Assim, tal relatório desmascara os reais objetivos das ONGs e ambientalistas dos Estados Unidos com relação à redução dos desmatamentos no Brasil.
Enquanto todos os outros países produzem e mantém sua economia a todo vapor, o Brasil sofre ingerência internacional para preservar suas florestas tropicais. É preciso atenção para não sermos enganados com o discurso preservacionista e atentar para as reais intenções estrangeiras.
Ou será que o Brasil vai ter que bancar a irresponsabilidade ambiental do mundo?
O relatório estima que com a preservação de florestas tropicais pelo mundo a receita final para os produtores americanos aumentaria entre US$ 196,0 e US$ 267,0 bilhões até 2030. Os principais pontos econômico-financeiros apontados no relatório compreendem incentivos dos EUA com uma política climática internacional, o que aumentaria as receitas agrícolas americanas entre US$ 190,0 e US$ 270,0 bilhões entre 2012 e 2030. Manter as florestas tropicais nada mais é do que financiar a repressão contra o setor produtivo num momento em que o Brasil discute uma nova legislação ambiental que harmonize setor produtivo e preservação do meio ambiente, relatório apresentado pelo deputado federal Aldo Rebelo que entrará para votação no mês de julho.
Os agricultores muitas vezes são chamados de criminosos por “destruírem a floresta brasileira”. Mas o pior destruidor do meio ambiente é aquele que defende o desmatamento zero no Brasil movido por interesses de outros países e preferem deixar a própria pátria sem abastecimento interno de alimento, para proteger idéias de países que possuem nem 1% de floresta nativa.
Percebe-se que a sociedade precisa conhecer mais os dois lados da questão e por isso, precisam participar dos debates. Dia 5 e 6 de julho a Comissão Especial começará as discussões sobre o Código Ambiental e mostrará os reais interesses dos ambientalistas e a real necessidade do Brasil aprovar essa nova legislação.
Afinal, quem são os criminosos? Os agricultores brasileiros que são responsáveis por 16 milhões de empregos, 90% do superávit da balança comercial e por mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) e o Brasil que tem cerca de 70% de floresta nativa?
Ou aqueles que querem acabar com o desmatamento por meio de incentivos americanos de uma política climática internacional, levando o lucro de US$ 190,0 a US$ 270 bilhões para as receitas agrícolas nos EUA?
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