Outro Rabisco de Peso

Editorial do dia 29/09/2009

Se se fizer uma enquete pelo rádio, ou de outra forma, sobre a Cosanpa, a tal Companhia de saneamento do Pará, será que ela receberá uns 10% de aprovação? Será que algum usuário de água potável em Santarém está satisfeito com o serviço de água e esgoto oferecido por esta empresa?

O tempo passa, a população fica indignada, vai uma comissão de bairro a Belém, até um deputado faz de conta que está do lado do povo e vai lá reclamar à direção da Cosanpa.

No entanto, o problema da falta d`água continua e se agrava agora com a chegada do verão. As poucas obras inacabadas são o retrato desta incompetência institucionalizada.

Um exemplo é o poço profundo furado no bairro da Nova República e que está servindo como novo monumento, já que a água não chega às torneiras devido as tubulações antigas não suportarem a pressão do novo poço. Isto é, obra sem planejamento, apenas para impressionar os usuários do bairro.

Outra obra monumento é aquele enfeite de cimento, projeto de muro de proteção não concluído na avenida Fernando Guilhon, em frente ao igarapé do Irurá.

Agora falta água na avenida Borges Leal, chega o pessoal da Cosanpa e logo garante que não é sua culpa, mas da outra empresa que trabalha na rua Magalhães Barata, e rompeu as canalizações. Pode até ser. Mas quem é responsável por mais um bairro com racionamento de água, o bairro da Aldeia, servido pelo poço da praça Tiradentes? O poço de lá não dá mais conta de servir plenamente aos usuários, só pela parte da noite jorra um pouco de água nas torneiras e quem precisa fica acordado para encher seus baldes, por quê? Culpa das interrupções bruscas da eletricidade. A Cosanpa põe a culpa na Rede Celpa, que põe a culpa na
Eletronorte, que põe a culpa em não sabe quem.

Mas será que a grande culpada desse problema de falta de água em Santarém não é a prefeita e seu secretariado? Afinal, no seu primeiro mandato vários grupos, associações e movimentos populares fizeram
apelo para que não fosse renovado o contrato com a Cosanpa, mas a prefeita ignorou os apelos dos moradores e renovou com a falida empresa do Estado.

Hoje, ela fica omissa e calada, como se não tivesse nada a ver com isso. Não tem mesmo??

O que surpreende é o conformismo dos sofredores usuários pela falta de água em suas torneiras. Reclamam uns, até fazem passeata aqui e acolá e não passa disso.

De vez em quando o chefe da Cosanpa vem a Santarém, faz de conta que está agindo, vai embora, o tempo passa e nada de solução. O porta voz do chefe, santareno falador, vem à cidade faz seu bla-bla-blá e a falta d`água continua, sai mês, entra mês e o problema continua.

E o povo conformado, reclama, reclama e fica parado, não pode haver luta com um só soldado.

Padre Edilberto Sena - Diretor da Rádio Rural de Santarém

(Nota do Blog - Agradecemos ao Padre Edilberto pela audiência e principalmente por autorizar quer seus Editoriais sejam publicados em nossos Rabiscos. Nossos respeitos e sua benção pela confiança.)