sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Palpiteiros de plantão


“Ambientalistas radicais não impedirão atualização do Código Florestal no grito”


A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, subiu nessa quinta-feira (29) à Tribuna do Senado para fazer duras críticas aos atos promovidos ontem pelo Greenpeace contra o substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 6.424/05, que propõe a atualização do Código Florestal, e afirmou que a votação da matéria, cuja votação foi adiada para a próxima semana, será feita por meio do debate político.
“Chega de querer ganhar no grito e com medidas unilaterais. Aqui no Congresso Nacional vence a ideia que tem a maioria dos votos. 
Mesmo entre correntes e sirenes, é assim que vamos vencer, fazendo a vontade do Brasil, dos empregos, da balança comercial, e do setor agropecuário, que garante o equilíbrio fiscal e a inflação baixa&rd quo;, avisou.
Kátia Abreu defendeu o relatório do substitutivo, do deputado Marcos Montes (DEM-MG), e disse que várias entidades, entre as quais a CNA, participaram das discussões sobre as proposta de atualização do código que constam no texto. “Isso significa que os parlamentares confiam na CNA. 
Mas todas as entidades ligadas ao agronegócio participaram deste debate e contribuíram com sugestões. 
Não trabalhamos na calada da noite”, afirmou. 
Os principais pontos do PL são: o desmatamento zero principalmente nos biomas da Amazônia e da Mata Atlântica, para preservar a cobertura original de floresta existente hoje, a regularização das áreas de produção agropecuária existentes até 31 de julho de 2006, com punições severas para quem formar novas áreas de produção após esta data, a recomposição de matas ciliares e sensíveis (margens de rios, encostas, nascentes, olhos d’água etc.), com base científica e em legislações estaduais (art.24 da Constituição Federal), pagamento por serviços ambientais e cômputo as Áreas de Preservação Permanente (APP) na Reserva Legal (80% na Amazônia, 35% no cerrado e 20% em outros biomas). 
Segundo a presidente da CNA, a proposta mostra, se houve erros no passado, os produtores rurais estão dispostos a corrigi-los, mas a partir de argumentos científicos e sem medidas que façam retroagir a lei.
“Os ambientalistas mais radicais dizem que a ciência não é absoluta. Mas preferimos que a ciência, mesmo que não seja absoluta, nos dê uma luz e mostre onde nós erramos para que possamos corrigir os erros”, explicou. 
Ela ressaltou, no entanto, que não se trata de um pedido de anistia. “Defendemos o direito adquirido, porque temos uma Constituição. 
A Reserva Legal, por exemplo, foi criada em 1989, quando havia muitas áreas abertas para a produção e permitido por lei”, justificou a senadora. Kátia Abreu também questionou os interesses do Greenpeace, diante das manifestações feitas contra a votação do PL 6424/2005. 
Na sua avaliação, a ONG visa atender aos pleitos dos principais concorrentes do Brasil na produção de alimentos. “Recompor 35 milhões de hectares convém a quem? Será que o Greenpeace quer que arranquemos comida do chão e nos tornemos importadores de grãos de países que dizimaram todas as suas florestas? 
A Europa não tem nem 1% de cobertura vegetal nativa, nós temos 56%. 
Não podemos permitir essa injustiça com os produtores do Brasil. 
Eles não devem saber que em 2025 a demanda mundial por alimentos crescerá 62%.
Será que eles querem comida escassa e cara?”, indagou.

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