Copenhagen, capital da Dinamarca, norte da Europa. Ali será o centro do planeta terra, dentro de um mês e poucos dias. Desta vez ainda será uma cidade coberta de neve, gelada em dezembro. Mas, a depender das decisões que os chefes de Estado irão tomar, em relação ao controle de clima da terra, dentro de mais alguns anos Copenhagen, como outras cidades próximas do pólo norte, poderão ser regiões de calor, sem neve e sem gelo.
Tudo indica que as decisões dos chefes de Estado não serão sérias, porque os maiores causadores das mudanças climáticas não estão dispostos a para de poluir o planeta. Entre eles está o Brasil. O governo brasileiro certamente fará discursos bonitos, vai exigir disciplina dos outros países, dirá que está fazendo sua parte. No entanto, aqui na Amazônia a destruição da cobertura florestal do cerrado brasileiro e da Amazônia continua, embora tenha diminuído,depois de 95 mil quilômetros devastados desde o ano 2.000 até 2.007.
Mesmo assim, o governo federal criou Medida provisória, em seguida tornada lei, que legaliza toda a grilagem e devastação florestal na Amazônia.
O chefe do INCRA em Santarém, segue nestes dias para a Europa. Na Bélgica falará sobre reforma agrária na região. Será que o chefe do Incra dirá por lá que o órgão tem feito assentamentos em áreas de floresta? Será que ele poderá explicar por que 99 assentamentos de reforma agrária no Oeste do Pará foram todos suspensos pela justiça federal? E por que depois de dois anos ainda não conseguiu regularizar nenhum assentamento?
Em sua passagem da cidade para o aeroporto na ida para a Europa o chefe do INCRA certamente verá mais desmatamento absurdo na periferia da cidade de Santarém. Uma literal invasão, sem que nenhum órgão municipal, estadual, ou federal que se mecha para salvar aquela parte da mata. Será que o chefe do INCRA falará deste absurdo lá na Bélgica?
Certo que não vai a Copenhagen, mas se ele abrir a boca com coragem, muitos lá compreenderão que discursos não resolvem o problema do aquecimento do planeta.
Então, em Copenhagen se vão ouvir discursos fortes, advertências ameaçadoras, mas decisões sérias, eficazes, duvida-se que cheguem.
Kyoto é o espelho das não concretizações de intenções e tratados. Pois, os que mais poluem o planeta não querem mudar o modelo de vida de suas sociedades. Infelizmente só quando o degelo do pólo chegar à metade e cidades como Londres, Nova York, Paris e Amsterdam forem inundadas, é que soluções concretas serão tomadas, ainda que tarde.
Quando isso acontecer o calor de Santarém deverá estar chegando a 48 graus centígrados.
Assim foi no tempo de Noé, com uma diferença, segundo a lenda ele ainda conseguiu salvar vários casais de animais e sua família, enquanto que hoje, da forma que está caminhando a humanidade, o desastre será mais grave. Quem viver sentirá.
Padre Edilberto Sena - Diretor da Rádio Rural de Santarém
Nenhum comentário:
Postar um comentário