Eleições municipais se aproximando mas votar como?
Edilberto Sena (*)
Os cartórios eleitorais andam lotados de pessoas. Uns querendo tirar seu primeiro titulo eleitoral; outras pessoas regularizando seu novo domicilio e outras, resolvendo algum problema de eleitor que deixou de votar nas últimas eleições. Tudo isso porque quem está em idade de votar não obedecer, será punido. No Brasil existe essa peculiaridade, votar é uma obrigação, não é uma opção.
A grande questão que os políticos não querem saber é,: se o voto fosse espontâneo, votasse quem desejasse, será que 50% dos eleitores compareceriam às urnas? Se não fosse punível não votar, será que os cartórios eleitorais hoje estariam fazendo plantão extra para atender a grande fila? A politica tem passado por uma decadência tão grande que a população votante já não se sente motivada a escolher candidatos a cargos públicos.
A democracia brasileira não evolui. A maioria dos cidadãos que se apresentam para serem votados, não o fazem por vocação a servir ao bem comum. Os partidos não têm ideologia de servir. A politica brasileira, de vereador a presidente, tornou-se, ou sempre foi, uma carreira
profissional bem remunerada e cheia de privilégios pessoais e grupais. As alianças partidárias são escandalosas.
Então, nesse contexto, os políticos nem pensam em mudar a lei do voto obrigatório. Eles têm consciência de que não representam os seus eleitores, mas sim seus interesses. Os eleitores vêem chegar o dia das eleições municipais e não sabem que candidatos merecem seus votos. Já sabem que a maioria dos atuais vereadores está pensando em continuar no cargo, porque os
benefícios pessoais são atraentes não porque tenham feito um bom mandato. Aliás, se forem prestar conta de seus quatro anos de mandatos, terão pouca coisa a apresentar além de moções de congratulações e projetos de lei que não sairam do papel. Poucos terão a mostrar as fiscalizações eficazes que tenham feito sobre o poder executivo. Os vereadores são pará a município pouco mais do que a família real é para a Inglaterra..
E assim será daqui a dois anos para os cargos estaduais nacionais. Quando será que isso vai mudar?
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)
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