“Pátria Educadora” é só mais um escárnio gerado pelo cruzamento da cabeça baldia de Lula com o neurônio solitário de Dilma
Augusto Nunes (*)
O ex-presidente Lula menospreza o estudo, odeia leitura e não sabe escrever.
Acha que acumulação de conhecimentos é coisa de granfino desocupado e nunca foi além da orelha de um livro. Os quatro manuscritos rabiscados em 60 anos informam que, caso se submetesse a uma prova de redação do Enem, entraria para a história universal da ignorância como detentor da primeira nota abaixo de zero. Em nações civilizadas, seria obrigado a matricular-se num curso de alfabetização de adultos.
Como isto aqui é o Brasil, Lula virou Pai da Pátria Educadora.
Enquanto segue ampliando a coleção de títulos de doutor honoris causa, já assinou os prefácios, dezenas de artigos para jornais e o Acordo da Reforma Ortográfica.
A farsa é desmontada pelas escolhas que faz. Orientados por uma cabeça baldia, os olhos de Lula viram em Dilma Rousseff uma sucessora à altura do maior dos governantes desde Tomé de Souza. Por enxergar uma sumidade onde quem tem juízo vê uma nulidade sem cura, instalou no gabinete presidencial um poste de terninho.
Dilma não lembra o título nem o nome do autor do livro que jura estar lendo (e adorando), exprime-se num dialeto indecifrável para quem se expressa em português, produz platitudes de jardim de infância e frases sem pé nem cabeça em escala industrial, amparada no repertório vocabular que não chega a mil palavras.
Mas é ela a Mãe da Pátria Educadora, título honorífico que lhe permite caprichar na pose de melhor da classe para falar sobre rigorosamente tudo sem nada dizer de aproveitável.
Compreensivelmente, os olhos obedientes ao neurônio solitário enxergaram em Cid Gomes um gênio da raça nascido para exumar um sistema de ensino público em avançado estágio de decomposição. O novo ministro da Educação tem tanta intimidade com o assunto quanto Lula com o grego antigo e Dilma com a física quântica.
Até agora, sua mais profunda dissertação sobre ensino público é a que aparece num vídeo gravado em 2011 que ilustra este post. Em menos de 40 segundos, o então governador do Ceará explicou por que rejeitara o reajuste salarial reivindicado por professores da rede estadual:
“Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado. É uma opinião minha que governador, prefeito, presidente,deputado, senador, vereador, médico, professor, policial devem entrar… ter como motivação para estar na vida pública amor, espírito público. Quem tá atrás de riqueza… de… de…de dinheiro deve procurar outro setor, não a vida pública”.
Nascido e criado numa família de políticos, Cid é sustentado por cofres públicos desde o dia do parto. Jamais devolveu um tostão da fortuna que juntou servindo à nação como deputado, prefeito e governador. No comando da capitania do Ceará, usou dinheiro dos pagadores de impostos para passear de jatinho na Europa em companhia de parentes ─ sogra incluída ─, assessores e amigos. Logo estará sobrevoando os céus do Brasil como passageiro da FABTur. Mas faz de conta que aceitou a vaga no primeiro escalão por amor e espírito público. Haja cinismo.
A Pátria Educadora abriga mais de 13 milhões de analfabetos ─ um oceano de gente que impõe ao Brasil um desolador 8° lugar no ranking da ONU que mede a taxa de analfabetismo em 150 países. Outros 30 milhões não sabem escrever muito mais que o próprio nome. Metade dos alunos das universidades federais é desprovida de raciocínio lógico. Os alunos do 1° grau aprendem que falar errado está certo.
Na prova de Redação do Enem, 500 mil estudantes foram estigmatizados com a nota zero. Fora o resto.
Promovido a gerente de um sistema educacional em frangalhos, Cid Gomes engoliu sem engasgos o corte de verbas anunciado pela chefe quando ele ainda tentava decorar o ramal da secretária. Logo terá provado que, no criadouro de poderosos idiotas, o que está péssimo sempre pode piorar. “Pátria Educadora” não é slogan, não é lema, não é bandeira.
É só mais um escárnio gerado pelo cruzamento de uma cabeça baldia com um neurônio solitário.
(*) Jornalista é colunista da Revista Veja
Augusto Nunes (*)
O ex-presidente Lula menospreza o estudo, odeia leitura e não sabe escrever.
Acha que acumulação de conhecimentos é coisa de granfino desocupado e nunca foi além da orelha de um livro. Os quatro manuscritos rabiscados em 60 anos informam que, caso se submetesse a uma prova de redação do Enem, entraria para a história universal da ignorância como detentor da primeira nota abaixo de zero. Em nações civilizadas, seria obrigado a matricular-se num curso de alfabetização de adultos.
Como isto aqui é o Brasil, Lula virou Pai da Pátria Educadora.
Enquanto segue ampliando a coleção de títulos de doutor honoris causa, já assinou os prefácios, dezenas de artigos para jornais e o Acordo da Reforma Ortográfica.
A farsa é desmontada pelas escolhas que faz. Orientados por uma cabeça baldia, os olhos de Lula viram em Dilma Rousseff uma sucessora à altura do maior dos governantes desde Tomé de Souza. Por enxergar uma sumidade onde quem tem juízo vê uma nulidade sem cura, instalou no gabinete presidencial um poste de terninho.
Dilma não lembra o título nem o nome do autor do livro que jura estar lendo (e adorando), exprime-se num dialeto indecifrável para quem se expressa em português, produz platitudes de jardim de infância e frases sem pé nem cabeça em escala industrial, amparada no repertório vocabular que não chega a mil palavras.
Mas é ela a Mãe da Pátria Educadora, título honorífico que lhe permite caprichar na pose de melhor da classe para falar sobre rigorosamente tudo sem nada dizer de aproveitável.
Compreensivelmente, os olhos obedientes ao neurônio solitário enxergaram em Cid Gomes um gênio da raça nascido para exumar um sistema de ensino público em avançado estágio de decomposição. O novo ministro da Educação tem tanta intimidade com o assunto quanto Lula com o grego antigo e Dilma com a física quântica.
Até agora, sua mais profunda dissertação sobre ensino público é a que aparece num vídeo gravado em 2011 que ilustra este post. Em menos de 40 segundos, o então governador do Ceará explicou por que rejeitara o reajuste salarial reivindicado por professores da rede estadual:
“Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado. É uma opinião minha que governador, prefeito, presidente,deputado, senador, vereador, médico, professor, policial devem entrar… ter como motivação para estar na vida pública amor, espírito público. Quem tá atrás de riqueza… de… de…de dinheiro deve procurar outro setor, não a vida pública”.
Nascido e criado numa família de políticos, Cid é sustentado por cofres públicos desde o dia do parto. Jamais devolveu um tostão da fortuna que juntou servindo à nação como deputado, prefeito e governador. No comando da capitania do Ceará, usou dinheiro dos pagadores de impostos para passear de jatinho na Europa em companhia de parentes ─ sogra incluída ─, assessores e amigos. Logo estará sobrevoando os céus do Brasil como passageiro da FABTur. Mas faz de conta que aceitou a vaga no primeiro escalão por amor e espírito público. Haja cinismo.
A Pátria Educadora abriga mais de 13 milhões de analfabetos ─ um oceano de gente que impõe ao Brasil um desolador 8° lugar no ranking da ONU que mede a taxa de analfabetismo em 150 países. Outros 30 milhões não sabem escrever muito mais que o próprio nome. Metade dos alunos das universidades federais é desprovida de raciocínio lógico. Os alunos do 1° grau aprendem que falar errado está certo.
Na prova de Redação do Enem, 500 mil estudantes foram estigmatizados com a nota zero. Fora o resto.
Promovido a gerente de um sistema educacional em frangalhos, Cid Gomes engoliu sem engasgos o corte de verbas anunciado pela chefe quando ele ainda tentava decorar o ramal da secretária. Logo terá provado que, no criadouro de poderosos idiotas, o que está péssimo sempre pode piorar. “Pátria Educadora” não é slogan, não é lema, não é bandeira.
É só mais um escárnio gerado pelo cruzamento de uma cabeça baldia com um neurônio solitário.
(*) Jornalista é colunista da Revista Veja
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