sexta-feira, 28 de março de 2014

A única coisa com que o cone se preocupa

São Paulo terá 40% mais radares para fiscalização a partir de abril 

Folha de São Paulo 

Após recorde no número de multas de trânsito, São Paulo terá um aumento de 40% na quantidade de radares espalhados pela cidade a partir de abril. 
O número de equipamentos vai passar de 601 para 843. A instalação dos novos aparelhos começa no mês que vem e pode levar até um ano, mas a intenção da gestão Fernando Haddad (PT) é concluir o trabalho antes. 

Aparelhos antigos serão aposentados e no lugar deles serão instalados radares mais modernos, capazes de ler placas e fiscalizar diversos tipos de infração de uma vez, como excesso de velocidade, circulação em dia de rodízio e invasão à faixa de ônibus. 

Quatro consórcios venceram licitação para manter os equipamentos por cinco anos, ao custo de R$ 529,7 milhões –em média, cada um custará R$ 10,5 mil por mês. 

No ano passado a arrecadação da prefeitura com multas de trânsito atingiu R$ 850,5 milhões. A estimativa é que neste ano o valor suba para R$ 1,2 bilhão. 

Os endereços onde ficarão os novos radares não foram divulgados, mas a prioridade será de vias com faixas exclusivas de ônibus e avenidas da periferia que hoje não têm fiscalização eletrônica. 
Os novos aparelhos também devem ser usados na fiscalização dos 371 km de vias incluídas na ampliação do rodízio. Ontem, o secretário Jilmar Tatto (PT) informou que não há data para o início da restrição. A previsão inicial era para abril. 

MODELOS DE RADAR QUE SERÃO INSTALADOS 

Grupo A: 
404 equipamentos vão fiscalizar infrações como excesso de velocidade, desrespeito ao rodízio, invasão à faixa/corredor de ônibus e situação irregular (suspeita de furto/roubo, falta de licenciamento ou inspeção) 

Grupo B: 
168 equipamentos - instalados em cruzamentos com semáforo, vão fiscalizar as infrações do grupo A (menos as faixas exclusivas) e mais avanço de sinal vermelho, desrespeito à faixa de pedestres e conversão proibida 

Grupo C: 
80 equipamentos - instalados em viadutos, pontes ou pórticos, com tecnologia que dispensa sensores no asfalto, para fiscalizar as mesmas infrações do grupo A 

Barreira eletrônica: 
171 equipamentos - vão fiscalizar as mesmas infrações do grupo A (menos as faixas exclusivas) 

Todos esses equipamentos terão leitura automática de placas e vão fornecer dados de tráfego para a CET Radar estático: 20 equipamentos móveis, montados nas laterais das pistas, para fiscalizar excesso de velocidade, rodízio e invasão à faixa/corredor de ônibus 

POLÊMICOS 
Entre as novidades da contratação estão radares instalados em pontes e viadutos. 

Polêmicos, esses aparelhos levaram o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) a proibir, em 2011, radares que não ficam à vista do motorista. 
Na ocasião, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) foi obrigada a mudar a posição de alguns radares. 

A companhia diz que o objetivo desse tipo de instalação é melhorar a fiscalização, principalmente de motocicletas, em vias como as marginais Tietê e Pinheiros –campeãs em mortes no trânsito. 

Tadeu Leite Duarte, diretor de planejamento da CET, diz que hoje há dificuldade na fiscalização de motos nas marginais, pois as imagens flagradas pelos radares nos postes saem com sombras. 
Para ele, os viadutos são melhores. "Ele consegue pegar o veículo pela informação correta, principalmente as motos, que a gente só consegue pegar por trás." 

Duarte afirma que a CET só vai instalar os aparelhos com a autorização do órgão federal. "Estamos conversando com o Contran para poder fazer os ajustes conforme a orientação deles", diz. 
Ele nega que haja intenção de surpreender eventuais infratores com a ocultação dos radares, pois diz que a companhia vai instalar placas de sinalização. /

Também poderão ser usadas estruturas metálicas, chamadas de pórticos. 
"O viaduto tem um movimento natural, e não é todo equipamento que consegue compensar. Nesses locais, o que vamos fazer é colocar pórticos nas imediações para poder colocar os equipamentos." 

Duarte diz que ainda não foram definidos quantos radares ficarão em pontes. 
"Nós previmos justamente para que, tendo o 'ok' do Contran, poder instalar. Agora vamos a detalhar os projetos para ver quantos serão." 
Procurado, o Contran informou que ainda não recebeu pedido formal da CET relacionado a este assunto. 

MONITORAMENTO 
Além de registrar infrações, os novos equipamentos serão usados no monitoramento.
Eles vão transmitir para a CET a velocidade dos veículos em tempo real, e os números estarão disponíveis na internet. 

"Vamos ter bancos de dados que vão receber essa informação e transformar em algo que as pessoas possam ler. Vão abrir em casa e olhar o nível de velocidade na avenida 23 de Maio, por exemplo. É para auxiliar as pessoas na movimentação dentro da cidade", diz Duarte. 

Atualmente, o site da CET tem apenas informações do tamanho dos congestionamentos, calculados com base em câmeras, agentes nas ruas e no alto de prédios. 
"Será muito parecido com o 'Olho Vivo' da SPTrans, com relação à velocidade dos ônibus. Vamos ter uma coisa parecida para o tráfego geral." 

Os novos radares também vão abrir caminho para a ampliação do rodízio, pois serão fundamentais para fiscalizar os 340 km de novas vias que serão incluídas na restrição. 
"Na medida que avançar a fiscalização eletrônica, vou ter condições amplas de poder fazer um melhor acompanhamento. A implementação do rodízio vai depender especificamente deste tipo de coisa", diz Duarte. 

Ontem, Tatto informou que não há data para o início do novo rodízio. 
A previsão inicial era de que ele começaria a vigorar em abril.

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