quinta-feira, 17 de julho de 2014

Ou renúncia na CBF, ou não compareçam aos estádios

Bob Fernandes (*) 

Ninguém aguenta mais o defunto, sabemos, mas como pior será o defunto redivivo voltemos ao tema. Marin, ele mesmo um quase, apresenta Gilmar Rinaldi como Coordenador de seleções. 

Gilmar, terceiro goleiro na seleção de 94, era até há pouco agente de jogadores, por aí. 

Por mais que ele venha ser sério no cargo, é muito estranho iniciar assim uma suposta "renovação", algo que deveria de saída atrair a confiança de quem não confia em Marin & Del Nero & Cia por saberem quem são, o que fazem e já fizeram na vida. 

Dizem e dirão que é "utopia" etc e é mesmo, mas insistamos: ou essa caquerada toda renuncia e assim possibilita uma reestruturação verdadeira de CBF, estatutos, federações, clubes, ou nada vai acontecer pra valer no futebol brasileiro. Nada. 

Os italianos caíram fora da Copa e, no mesmo dia, renunciaram o técnico Prandelli e toda a cúpula da federação. Os alemães iniciaram sua renovação, há mais de uma década, limpando o lixo e afastando roedores que infestavam seu futebol. 

Triste e patético esses debates e enquetes sobre quem será o "novo técnico" e quetais, uma fórmula óbvia pra escapar da desastrosa performance na Copa. 
Atuação reveladora, em todos os quadrantes, do que é, do que cada vez mais se torna o futebol brasileiro. 

Um futebol que tem nas sombras o homem que decide quem é grande e quem é pequeno, quem vai ter e quem não vai ter dinheiro. Não são os clubes com milhões e milhões de torcedores e a razão de ser do futebol e do negócio que decidem seu destino, é um homem. Um homem que fala e age em nome de outros homens. Um homem, apropriadamente no caso, chamado… Pinto. 

Isso, de Gilmar, Marin, Del Nero, não vai levar a lugar algum, até a Brazuca sabe.
Vai apenas permitir que os verdadeiros donos do negócio futebol e seus aliados, a turma das bolas, ganhe tempo, empreste discurso a quem disso precisa pra se recompor e tocar o barco de novo, no mesmo rumo. 

Basta ver alegrinhos e alegrinhas, saltitantes na performance jornalismo & entretenimento anunciando cheios e cheias de gracinhas "a volta do Brasileirão". Aquele com jogos medíocres às 10 da noite e série B às terças e sextas. Quase sempre com estádios vazios, ou quase. O torcedor é um detalhe. 

Ridículo, constrangedor, e pior ainda ver tanta gente embarcando nisso acriticamente. 
Já está evidente do como será mais essa farsa. Assim sendo, é retomar a campanha que, anos depois de iniciada, levaria à queda da gangsteria no Bahêa. 

Uma hora cola: Público Zero. Não compareçam aos estádios. 
Mexam no bolso de patrocinadores, da Tv que manda e desmanda, dos jogadores, do escambau. Só assim a casa cai. Um, dois meses sem ninguém ir aos estádios – a não ser os financiados, aquela bandidagem organizada- e todos seriam enxotados do navio. 

(*) Jornalista . Foi redator-chefe de CartaCapital

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