quinta-feira, 31 de julho de 2014

10 desafios para o agronegócio brasileiro

Globo Rural 

Durante o seminário “Biotecnologia e Inovação”, organizado pelo jornal Valor Econômico, em São Paulo, Maurício Antônio Lopes, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontou os desafios que o agronegócio brasileiro precisa superar nos próximos anos. 
Maurício Antonio Lopes 

De acordo com ele, ser capaz de prever o futuro por meio do uso de novas tecnologias é o caminho para tomar decisões mais acertadas. “A biotecnologia encontrou terreno fértil no Brasil, quando o país fez a opção por um modelo de desenvolvimento agrícola baseado na ciência”. 

Para o presidente da Embrapa, a agricultura deixou de ser apenas uma fonte de alimentos para se ramificar em múltiplas atividades. “Reconhecer essa multifuncionalidade e enfrentar aparentes obstáculos como oportunidades de crescimento é o que vai fazer a diferença no futuro.” 

Saiba agora quais os itens que, segundo ele, devem estar na lista de prioridades do agronegócio brasileiro como desafios a serem superados com ajuda da tecnologia: 

1) Estresses hídricos 
De acordo com dados da Organização Nacional das Nações Unidas (ONU), 70% da água do planeta é destinada à irrigação agrícola. Sendo o recurso natural indispensável para a manutenção das lavouras. “Diante dessa dependência, contribuir para a prevenção de crises hídricas é algo que deve fazer parte da rotina do produtor”, diz Lopes. 
Além do uso consciente de água, ele recomenda a opção por Sistemas de Plantio Direto, que aumentam a infiltração de água no solo e reabastecem os lençóis freáticos. 

2) Mudanças climáticas 
Para acompanhar a instabilidade do clima, o presidente da Embrapa aconselha o uso de ferramentas para diminuir perdas na lavoura. Saber que vai haver uma geada ou um período prolongado de seca é fundamental no cenário em que vivemos hoje. Serviços de meteorologia e a agricultura de precisão são tecnologias chave para o produtor não ficar refém das adversidades climáticas. 

3) Emissões na agropecuária 
“Ao lado da necessidade de abastecer a população mundial e atender sua demanda por alimento, está o compromisso de praticar ações sustentáveis”, diz Lopes. Para ele, nesse contexto, descarbonizar a produção agrícola passou a ser ainda mais importante. 

4) Desperdício de alimentos 
Durante sua palestra, Lopes também frisou que, segundo a FAO, 30% dos alimentos produzidos anualmente no mundo são desperdiçados. Segundo ele, solucionar esse gargalo também é papel do setor agrícola, responsável pela produção, transporte e comércio de alimentos. 

5) Mão de obra no campo 
“Hoje, o Brasil também lida com a falta de mão de obra no campo e com a necessidade de mecanizar as lavouras. Precisamos tornar o trabalho rural atrativo para os jovens e capacitá-los para exercer funções técnicas”, argumenta. 

6) Nutrição e saúde 
Frente o problema da subnutrição e da obesidade, a alimentação como forma de prevenir doenças também tem estado em pauta. “Nesse sentido, cabe ao setor agrícola apoiar políticas públicas pelo consumo de alimentos saudáveis e de qualidade”, diz. 

7) Segurança biológica
Em um mundo em que o mercado de importações e exportações se tornou realidade, a preocupação com a biossegurança é inevitável. “Daí a necessidade de estarmos a par das leis do país e investir no controle de pragas e contaminantes”, afirma o presidente da Embrapa. 

8) Energia No caso do agronegócio, a produção de energia é um mercado com amplas possibilidades e que precisa receber a devida atenção. “As oportunidades vão desde a produção de biocombustíveis até a obtenção de energias limpas, como a biomassa”. /;/;/;/ 9) Preocupação social Mais do que um provedor de alimentos para a cidade, o campo é a casa de milhares de brasileiros. “Sendo que nosso objetivo deve ser sempre proporcionar qualidade de vida para essas pessoas e lutar por sua inclusão social”, lembra Lopes. /;/;/;/ 10) Turismo rural Comparando o potencial brasileiro ao de países europeus, o presidente da Embrapa também destacou a possibilidade de aumentar investimentos no turismo rural que, segundo ele, ainda é subaproveitado no país.

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