domingo, 26 de agosto de 2012

Horário político obrigatório, nós merecemos com certeza


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Antenor Pereira Giovannini (*) 

Não tendo TV a cabo na casa de minha mãe aonde me encontro instalado de forma provisória, me vejo assistindo ao programa político obrigatório dos candidatos à prefeito e a vereador na cidade de São Paulo. 

Com certeza filme de horror é muito mais interessante do que aquilo que se assiste.
Uma coisa do outro mundo. Inimaginável como conseguem com tanto dinheiro para uma campanha política, produzirem algo tão deplorável. 

Isso focando apenas os programas, sem contar os candidatos que vociferam como abutres atrás de um pedaço de carne e nesse caso de um voto, inúmeras promessas e mais promessas que bastam votar e todos esses milagres prometidos serão realizados. 

Saúde, educação e transporte estão na ponta da língua como ações que serão realizadas num piscar de olhos e tudo se tornará lindo e maravilhoso para todos os paulistanos. Os que nunca fizeram juram que irão fazer e os que almejam continuar tentam justificar as não realizações, mas, que de agora em diante tudo será diferente.

Coincidência ou não, quando sufraguei meu primeiro voto há muitos anos atrás, recebi um conselho do meu falecido pai para que observasse com atenção os programas dos candidatos e suas intenções e assim poderia escolher o que melhor entendia ser o meu preferido. E, sendo assim, parti à escutar , ler, e as promessas da época falavam em educação, saúde e transporte público. Lá se vão 50 anos e passado todo esse tempo observa-se que a coisa não muda, o discurso é o mesmo e o que é pior, os problemas são os mesmos e muito maiores haja vista, o aumento da população. 

Somos realmente trouxas e idiotas. 

A princípio, pensei em ficar com pena do brasileiro que depois de um árduo dia de trabalho, retorna para sua casa enfrentando um trânsito caótico e desumano e que após o jantar gosta de relaxar e ficar à frente da TV para assistir algum programa ( mesmo essas barbaridades que a TV aberta apresenta) e se depara com uma atrocidade dessa que se chama programa político obrigatório, porém, pensando bem ele tem que se lascar, para não escrever um palavrão, porque ele é culpado de termos essa situação concedendo seu voto anos a fio para Tiriricas da vida que de há muito se fossem homens sérios, ilibados, e de moral acima de qualquer suspeita poderiam ter concedido aos eleitores ações concretas onde a cada 4 anos ele se interessasse em assistir a tal tipo de programa, consciente que teríamos renovações, teríamos novas idéias, teríamos foco, teríamos seriedade e nosso voto seria sério e de extremo valor. 

Porém, os anos foram se passando e a classe política eleita pouco ou quase nada fez para mudar o panorama das necessidades e fazendo com que esse tal programa eleitoral se tornasse um porre, um literal pé no saco e não passasse de um festival de caras, bocas e promessas das mais toscas às mais ridículas. 

Velhos candidatos e velhos discursos. Novos candidatos e a extrema necessidade de se apoiarem em alguém para quem sabe ganharem o reino do céu porque com as próprias pernas será impossível de atingir. 
O PT, por exemplo, descobriu um tal Haddad que com absoluta certeza deve pedir ao Lula e a presidente Dilma autorização para ir ao banheiro fazer xixi. Uma piada um cidadão se prestar a tudo que falar, tudo que prometer, tem que terminar a frase dizendo que Lula e Dilma o apoiam nesse ou naquele assunto. Não é capaz de traçar e defender seu programa sem apadrinhamento, mesmo que ele exista, mas, que demonstre que seu governo será independente e não simplesmente fazer o papel de uma marionete, aliás, um triste papel. Pior quem acredita num alguém que depende de terceiros para agir. 

Mas, o brasileiro merece o programa e principalmente o nível dos atores já que a grande maioria da massa nem sabe em quem votou na última eleição e muito menos em quem e porque irá votar naquele candidato agora.

E com isso, a tendência do aumento dos Tiriricas se torna em cada eleição maior. 

(*) Aposentado e agora morador em São Paulo

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