terça-feira, 28 de agosto de 2012

País sem memória


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Que somos o País do faz de contas não se trata de nenhuma novidade. 
Que somos o País da impunidade isso é mais do que sabido. 
Que somos o País do empurrar com a barriga isso também é de conhecimento de todos. 

Mas, o que também mais indigna é que somos um País sem memória. 
E um País sem memória é um País sem história. 

Pessoas que fizeram pouco ou muito pelo País são esquecidos de uma maneira sem igual dando a noção exata do pouco caso com a História. 
Sejam grandes mestres, grandes descobridores, grandes inventores, grandes artistas ou mesmo esportista, a coisa vai pelo vento e quiça pode ser lembrado apenas numa folha de um livro, de um jornal ou de uma publicação qualquer. 

O caso mais recente desse pouco caso foi com um jogador de futebol que alçou pelos méritos a condição de campeão do mundo pela seleção brasileira e foi lembrado tão somente pela família, vizinhos, alguns amigos, raríssimos ex-jogadores e algumas chamadas na mídia do dia. Apenas isso. 

Seu nome Félix. 
Goleiro campeão do mundo em 1970 atuando ao lado de Pelé, Gerson, Tostão, Carlos Alberto Torres e outros tantos. 

image.jpg (575×365)Pois bem , Felix faleceu na semana passada e apenas a bandeira do Brasil e da Portuguesa de Desportos cobriram seu caixão, certamente colocado por algum parente ou amigo, porque ninguém dos clubes que defendeu por anos a fio, ou mesmo da Confederação Brasileira de Desportos (CBF)compareceu ao velório, mesmo que fosse de forma demagógica. 

Acreditem ninguém. 

Nem mesmo seus ex-companheiros. 
Uma classe mais do que desunida quando na ativa e infinitamente maior quando na aposentadoria dos campos. 

Felix jogou na Portuguesa e no Fluminense e deste último nem mesmo uma bandeira foi deixada. 
Certamente a família ao velar o corpo do ente querido fica se perguntando se valeu tanto sacrifício, tanta dedicação, tanto esfôrço, para no final da vida não ter nenhum reconhecimento por aqueles que ele tanta se orgulhava de ter defendido. 

Pior do que tudo isso, no domingo em pleno estádio de Pacaembu onde ele tantas vezes jogou, o minuto de silêncio respeitado antes do jogo Corinthians e São Paulo, foi para um conselheiro de um dos clubes e seu nome sequer foi citado. 

Uma total falta de respeito. 
Um total esquecimento para quem foi enterrado no sábado. 

Uma demonstração mais do que clara de que realmente não existe memória e muito menos algum esfôrço para que seja preservada. 
Um simples esportista. Um simples jogador de futebol. porém alguém que na sua função deu glória e alegrias ao povo como um todo e por isso merece ser reconhecido e considerado como personalidades que o esporte concedeu. 

 Pobre País que não reconhece e valoriza seus ídolos. 

 Rabiscos do Antenor

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