sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Nova fábrica de bioplástico



Limagrain Guerra anuncia fábrica de bioplástico em Pato Branco 

Globo Rural 

banner.jpg (800×600)A Limagrain Guerra do Brasil - fusão formada pela empresa brasileira Sementes Guerra e a cooperativa multinacional de origem francesa Limagrain - anunciaram nesta quarta-feira (29/8) em Pato Branco (PR), a criação da Limagrain Guerra Ingrédients, que vai colocar em atividade a primeira fábrica de polímeros derivados de milho da América do Sul. 

O investimento é de cerca de R$ 90 milhões, conta com capital das duas empresas e de incentivos do Programa Paraná Competitivo. A fábrica deve iniciar as atividades em agosto de 2013, no Parque Industrial Reta Grande, em Pato Branco, região sudoeste do Estado, com capacidade para 72 mil toneladas de bioplástico. 

Segundo Ricardo Guerra, diretor executivo da Limagrain Guerra do Brasil e da Limagrain Guerra Ingrédients, a Biolice, mesmo nome da fábrica que a Limagrain possui na França, vai produzir polímeros derivados de milho para a produção de plásticos 100% biodegradáveis. "É um material que se decompõe com 126 dias por meio de um processo biológico", explica Guerra. 

Além de sacolinhas e embalagens como sacos para adubos, o bioplástico pode ter utilidade na agricultura, usado como cobertura de solo. "No processo de decomposição, o produto reage com microorganismos e se transforma em húmus. É um processo de reutilização de resíduos", conta o executivo. Conforme Guerra, os polímeros derivados do cereal também podem se transformar em plástico extrudado, como os usados em hastes de palinetes ou canudos, e em produtos termo-formados como bandejas, potes de plantas, copos ou bandejas para sementes. 

Antoine Colombo, diretor de desenvolvimento da Limagrain explica que o bioplástico é feito a partir de farinha de milho, e não de amido, como a maioria dos produtos existentes no mercado. "Levamos mais de 10 anos para chegar a este produto e, para isso, também tivemos que desenvolver variedades especiais de milho híbrido", diz Colombo. "Há muitos produtos no mercado que levam o nome de plástico biodegradável, mas não são totalmente. Eles desaparecem, mas se transformam em partículas prejudiciais ao meio ambiente". 

De acordo com ele, a matéria-prima para a fabricação do bioplástico em Pato Branco será fornecida pelos produtores rurais da região sudoeste do Paraná. "O pessoal vai ter que investir em aumento de produtividade para atender a demanda", diz ele. 



Lixo 
Pesquisa realizada pela Limagrain Guerra indica que, em 2003, o brasileiro produzia em média, 200 gramas de lixo doméstico por dia. Em 2011, a produção foi de um quilo por dia. "Com a ascensão das classes sociais, a população passa a consumir mais e, consequentemente, produz mais lixo. Calculamos que 14 bilhões de sacolinhas circulem no país por ano", alerta o executivo. "E elas demoram mais de 100 anos para se decompor, deixando resíduos invisíveis", diz. 

Parceria de sucesso 
A Biolice será o terceiro grande investimento da parceria Limagrain Guerra do Brasil, selada em fevereiro de 2011. Primeiro, as duas empresas se uniram para atuar exclusivamente no setor de produção de sementes de milho híbrido. Em julho do mesmo ano, adquiriram a Brasmilho, em Goianésia (GO) e lançaram nesta quarta-feira, a Limagrain Guerra Ingrédients. 

Em novembro de 2012, a empresa vai inaugurar, em Guarapuava (PR) a primeira fábrica de pães Jacquet fora da Europa. "É uma marca muito tradicional na França, onde eles têm sete fábricas. Com a estrutura que estamos criando na região - um moinho de milho e um moinho de trigo - e a produção regional de cereais paranaense, vamos agregar valor à cadeia, principalmente, resgatar a triticultura no Estado", diz Luis Fernando Guerra, CEO da Limagrain Guerra do Brasil. 

Nesta safra, o Estado do Paraná vai colher a menor safra de trigo desde 1976. "Temos a menor produção dos últimos 36 anos, algo em torno de 800 mil hectares somente", afirma Norberto Ortigara, Secretário de Agricultura do Paraná. "O trigo é uma cultura extremamente importante para o Paraná, temos que buscar incentivos para o produtor continuar na atividade", diz. 

De acordo com Manuel Rubio, CEO da Limagrain para a América do Sul, a LG do Brasil já investiu cerca de US$ 80 milhões no setor de sementes e nos próximos dois anos, serão aplicados mais R$ 100 milhões. "Na América do Sul, temos parceiros na Argentina e no Brasil. NO entanto, devido aos problemas na Argentina, estamos mirando cada vez mais nossos investimentos no Brasil", afirmou. 

Entre os principais planos da companhia está a instalação de uma usina e uma unidade secadora de sabugo, em Goiás. No Brasil, os franceses também têm parcerias com empresas produtoras de sementes de hortaliças.

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