A Gralha
O chavão é inevitável: foi uma bomba a notícia que a Folha de S. Paulo publicou nesta terça-feira, relatando a viagem do deputado André Vargas em voo fretado pelo doleiro preso Alberto Yousseff.
Do jornal, o rastilho se espalhou pelo Brasil e repercutiu até no Blog do Júnior Finfa, de Afogados da Ingazeira, interior de Pernambuco.
André Vargas é deputado federal pelo PT de Londrina, vice-presidente da Câmara dos Deputados e um dos capi do partido em nível local e nacional.
Foi ele que ergueu o punho fechado diante do presidente do STF, Joaquim Barbosa, em solidariedade aos companheiros condenados no julgamento da AP 470, o mensalão.
É ele um dos condutores da campanha da senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná.
Alberto Yousseff, conhecido doleiro de Londrina, é o responsável pelo aluguel do luxuoso jatinho que, no dia 3 de janeiro, levou Vargas e família para João Pessoa, capital da Paraíba, onde passaram férias.
Yousseff, condenado no caso Banestado, estava livre graças à delação premiada, mas a Polícia Federal não o perdeu de vista.
Ao grampear o doleiro, capturou troca de mensagens entre ele e André Vargas, em 2 de janeiro, véspera da viagem.
O diálogo termina com o famoso “valeu, irmão”.
O aluguel do jatinho (a locadora está aparentemente isenta nesse caso) custou R$ 100 mil. Yousseff pagou.
Se Vargas reembolsá-lo, vai ter de explicar de onde tira tanto dinheiro.
O “irmão” de André Vargas é o personagem central da Operação Lava Jato, a mesma em que caiu o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Desta vez, Alberto Yousseff é acusado de ter enviado para o exterior, por meio ilícito, perto de US$ 40 milhões.
A PF grampeou o que viu a pescou o que não viu: ele, André Vargas, o “gordinho sinistro”, na definição do senador Roberto Requião (PMDB-PR).
O rastilho está fumegando em toda a web e nesta quarta-feira o incêndio na pradaria será inevitável.
Essa viagem de “irmão” custará muito caro ao deputado, que agora diz apenas conhecer Yoysseff há 20 anos, por serem ambos de Londrina.
Devem tomar cafezinho juntos no calçadão.
O dano está feito, e tudo o que resta agora é trabalhar para reduzi-lo ao possível.
Mas o estrago é grande. Em primeiro lugar, foi para o espaço, junto com o avião, a candidatura de André Vargas ao Senado.
Ele terá de se contentar em tentar – diga-se, tentar – a reeleição à Câmara, onde, se eleito, será reduzido à coadjuvância de deputados desconhecidos.
Melhor se ficar em casa.
A candidatura do PT ao Senado caiu no colo do dr. Rosinha, que já anunciara sua desistência de buscar a reeleição à Câmara e a pretensão de tentar a vaga.
Vai enfrentar o favorito Alvaro Dias (PSDB) e outros menos cotados.
Pode ser uma fria, pode ser uma boa, mas Rosinha vai. Depois disso, vai?
Como diria o papagaio Galvão Bueno, “vai que é tua, Rosinha.”
Em terceiro lugar, sobraram estilhaços na candidatura da senadora Gleisi Hoffmann ao governo. Ela já enfrentava a artilharia do Palácio Iguaçu, de onde a acusavam de trabalhar para impedir que o governo federal liberasse empréstimos para o Paraná sair do buraco em que o meteram Beto Richa e sua troupe de artistas.
Depois veio a prisão de seu assessor, Eduardo Gaiveski, acusado de pedofilia, crime que o levará para uma boa temporada num presídio.
Pois agora Gleisi vai ter de explicar ao eleitorado rebelde mais uma historinha que envenena o PT e sua candidatura.
Logo quem? O chefe da comunicação do PT (e de sua campanha), o vice-presidente da Câmara, o homem que peitou Joaquim Barbosa com o punho fechado a la Pantera Negra, o notável articulador de bastidores... o “irmão” do criminoso de colarinho branco Alberto Yousseff.
Vai sobrar também – embora em menor escala – para a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição. André Vargas será lembrado o tempo todo por Aécio Neves (PSDB) e o new Collor Eduardo Campos, o coroné cheiroso.
Como diria o camarada Lenine, “o que fazer?”
Se deixou Genoino, Dirceu, Delúbio e João Paulo descalços na chuva, o PT pode fazer o mesmo ou pior com André Vargas.
Deixar que ele se defenda e se exploda sozinho será o mínimo.
E ele poderá ser até cassado (coisa rara naquela casa de maravilhas), por quebra de decoro parlamentar, se a acusação for bem conectada, como se diz no boxe.
O PT pode até cortar na própria carne, caso se comprove o que já foi confessado, e expulsar André Vargas de seus quadros.
Essa viagem a João Pessoa, que poderia até ter sido feita em ônibus-leito cedido pela Viação Garcia (amigos de cafezinho no calçadão), vai custar bem mais do que os R$ 100 mil irmãmente cedidos pelo doleiro.
Sinistro, o segundo apelido do gordinho André, significa, nos dicionários, “de mau agouro, funesto, ameaçador, temível”.
Requião - um dos beneficiados com a escorregada - e sua língua bífida nunca dispararam uma diatribe tão certeira.
O chavão é inevitável: foi uma bomba a notícia que a Folha de S. Paulo publicou nesta terça-feira, relatando a viagem do deputado André Vargas em voo fretado pelo doleiro preso Alberto Yousseff.
Do jornal, o rastilho se espalhou pelo Brasil e repercutiu até no Blog do Júnior Finfa, de Afogados da Ingazeira, interior de Pernambuco.
André Vargas é deputado federal pelo PT de Londrina, vice-presidente da Câmara dos Deputados e um dos capi do partido em nível local e nacional.
Foi ele que ergueu o punho fechado diante do presidente do STF, Joaquim Barbosa, em solidariedade aos companheiros condenados no julgamento da AP 470, o mensalão.
É ele um dos condutores da campanha da senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná.
Alberto Yousseff, conhecido doleiro de Londrina, é o responsável pelo aluguel do luxuoso jatinho que, no dia 3 de janeiro, levou Vargas e família para João Pessoa, capital da Paraíba, onde passaram férias.
Yousseff, condenado no caso Banestado, estava livre graças à delação premiada, mas a Polícia Federal não o perdeu de vista.
Ao grampear o doleiro, capturou troca de mensagens entre ele e André Vargas, em 2 de janeiro, véspera da viagem.
O diálogo termina com o famoso “valeu, irmão”.
O aluguel do jatinho (a locadora está aparentemente isenta nesse caso) custou R$ 100 mil. Yousseff pagou.
Se Vargas reembolsá-lo, vai ter de explicar de onde tira tanto dinheiro.
O “irmão” de André Vargas é o personagem central da Operação Lava Jato, a mesma em que caiu o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Desta vez, Alberto Yousseff é acusado de ter enviado para o exterior, por meio ilícito, perto de US$ 40 milhões.
A PF grampeou o que viu a pescou o que não viu: ele, André Vargas, o “gordinho sinistro”, na definição do senador Roberto Requião (PMDB-PR).
O rastilho está fumegando em toda a web e nesta quarta-feira o incêndio na pradaria será inevitável.
Essa viagem de “irmão” custará muito caro ao deputado, que agora diz apenas conhecer Yoysseff há 20 anos, por serem ambos de Londrina.
Devem tomar cafezinho juntos no calçadão.
O dano está feito, e tudo o que resta agora é trabalhar para reduzi-lo ao possível.
Mas o estrago é grande. Em primeiro lugar, foi para o espaço, junto com o avião, a candidatura de André Vargas ao Senado.
Ele terá de se contentar em tentar – diga-se, tentar – a reeleição à Câmara, onde, se eleito, será reduzido à coadjuvância de deputados desconhecidos.
Melhor se ficar em casa.
A candidatura do PT ao Senado caiu no colo do dr. Rosinha, que já anunciara sua desistência de buscar a reeleição à Câmara e a pretensão de tentar a vaga.
Vai enfrentar o favorito Alvaro Dias (PSDB) e outros menos cotados.
Pode ser uma fria, pode ser uma boa, mas Rosinha vai. Depois disso, vai?
Como diria o papagaio Galvão Bueno, “vai que é tua, Rosinha.”
Em terceiro lugar, sobraram estilhaços na candidatura da senadora Gleisi Hoffmann ao governo. Ela já enfrentava a artilharia do Palácio Iguaçu, de onde a acusavam de trabalhar para impedir que o governo federal liberasse empréstimos para o Paraná sair do buraco em que o meteram Beto Richa e sua troupe de artistas.
Depois veio a prisão de seu assessor, Eduardo Gaiveski, acusado de pedofilia, crime que o levará para uma boa temporada num presídio.
Pois agora Gleisi vai ter de explicar ao eleitorado rebelde mais uma historinha que envenena o PT e sua candidatura.
Logo quem? O chefe da comunicação do PT (e de sua campanha), o vice-presidente da Câmara, o homem que peitou Joaquim Barbosa com o punho fechado a la Pantera Negra, o notável articulador de bastidores... o “irmão” do criminoso de colarinho branco Alberto Yousseff.
Vai sobrar também – embora em menor escala – para a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição. André Vargas será lembrado o tempo todo por Aécio Neves (PSDB) e o new Collor Eduardo Campos, o coroné cheiroso.
Como diria o camarada Lenine, “o que fazer?”
Se deixou Genoino, Dirceu, Delúbio e João Paulo descalços na chuva, o PT pode fazer o mesmo ou pior com André Vargas.
Deixar que ele se defenda e se exploda sozinho será o mínimo.
E ele poderá ser até cassado (coisa rara naquela casa de maravilhas), por quebra de decoro parlamentar, se a acusação for bem conectada, como se diz no boxe.
O PT pode até cortar na própria carne, caso se comprove o que já foi confessado, e expulsar André Vargas de seus quadros.
Essa viagem a João Pessoa, que poderia até ter sido feita em ônibus-leito cedido pela Viação Garcia (amigos de cafezinho no calçadão), vai custar bem mais do que os R$ 100 mil irmãmente cedidos pelo doleiro.
Sinistro, o segundo apelido do gordinho André, significa, nos dicionários, “de mau agouro, funesto, ameaçador, temível”.
Requião - um dos beneficiados com a escorregada - e sua língua bífida nunca dispararam uma diatribe tão certeira.
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