Renato Gomes Nery (*)
Lembro-me dele quando era criança na pequena cidade onde morava. Vinha sempre em caravana de políticos em época de eleições fazer campanha. Meu pai era Presidente local do Diretório da UDN. Lá iam para nossa casa onde comiam, conversavam e faziam política. Era um tempo ingênuo e idealista como eram idealistas as pessoas e os políticos.
Tenho dele a melhor imagem ou a essência do que havia de melhor da política e dos políticos. Foi Prefeito de Cuiabá, Deputado Federal. Vice-governador e Governador do Estado. Saiu do Governo do Estado, incompreendido devido a uma duvidosa e imposta divisão do antigo Estado de Mato Grosso. O cargo seguinte a que pleiteou foi vítima da maior infâmia política que conheço. Perdeu essa e outra eleição, afastando-se, em seguida, da política. E nos deixou há pouco tempo.
Por que me lembro dele depois de tanto tempo? Pela sua preocupação social e uma delas era construir obras multiutilitárias. Ouvi dele uma vez que o Verdão tinha que ter sua destinação específica, mas que podia aportar outras atividades, como salas escolares. A rodoviária de Cuiabá construída por ele há quase 40 anos, continua atual e a servir plenamente a comunidade. É uma obra de quem tinha dimensão visionária do futuro. É um marco na arquitetura cuiabana e ainda nos servirá por muito tempo. É o testemunho de uma época em que a propina era palavra desconhecida e a política não era para servir-se, mas para servir a comunidade.
Não era cuiabano e nem mato-grossense, mas nenhum filho desta Terra foi mais defensor das suas coisas, dos seus interesses e de suas tradições. Quiçá se todos os estrangeiros que aqui aportassem fossem iguais a ele!
Recordo-me dele e olho com desalento para os cuiabanos e mato-grossenses que sucumbiram completamente à dominação estrangeira. E assistem passivamente à corrosão da corrupção incontida. Aos incentivos fiscais vergonhosos que governantes dão para si e para os seus protegidos em detrimento da maioria dos contribuintes, em prejuízo dos cofres públicos e da precária e vergonhosa situação da saúde, da educação, da segurança e das carências mil do nosso povo. Aos rios de dinheiro que são gastos e partilhados em obras duvidosas que comprometerão várias gerações. Ao circo de promessas que se tornaram as eleições municipais. À falta de perspectivas de futuro deste “Estado Solução”. E, sobretudo, assistem à destruição da nossa cepa, do nosso orgulho, da nossa honra, do nosso amor próprio e do nosso poder de reação.
Que a terra nos seja leve!!
(*) É advogado em Cuiabá.
E-mail – rgnery@terra.com.br
Lembro-me dele quando era criança na pequena cidade onde morava. Vinha sempre em caravana de políticos em época de eleições fazer campanha. Meu pai era Presidente local do Diretório da UDN. Lá iam para nossa casa onde comiam, conversavam e faziam política. Era um tempo ingênuo e idealista como eram idealistas as pessoas e os políticos.
Tenho dele a melhor imagem ou a essência do que havia de melhor da política e dos políticos. Foi Prefeito de Cuiabá, Deputado Federal. Vice-governador e Governador do Estado. Saiu do Governo do Estado, incompreendido devido a uma duvidosa e imposta divisão do antigo Estado de Mato Grosso. O cargo seguinte a que pleiteou foi vítima da maior infâmia política que conheço. Perdeu essa e outra eleição, afastando-se, em seguida, da política. E nos deixou há pouco tempo.
Por que me lembro dele depois de tanto tempo? Pela sua preocupação social e uma delas era construir obras multiutilitárias. Ouvi dele uma vez que o Verdão tinha que ter sua destinação específica, mas que podia aportar outras atividades, como salas escolares. A rodoviária de Cuiabá construída por ele há quase 40 anos, continua atual e a servir plenamente a comunidade. É uma obra de quem tinha dimensão visionária do futuro. É um marco na arquitetura cuiabana e ainda nos servirá por muito tempo. É o testemunho de uma época em que a propina era palavra desconhecida e a política não era para servir-se, mas para servir a comunidade.
Não era cuiabano e nem mato-grossense, mas nenhum filho desta Terra foi mais defensor das suas coisas, dos seus interesses e de suas tradições. Quiçá se todos os estrangeiros que aqui aportassem fossem iguais a ele!
Recordo-me dele e olho com desalento para os cuiabanos e mato-grossenses que sucumbiram completamente à dominação estrangeira. E assistem passivamente à corrosão da corrupção incontida. Aos incentivos fiscais vergonhosos que governantes dão para si e para os seus protegidos em detrimento da maioria dos contribuintes, em prejuízo dos cofres públicos e da precária e vergonhosa situação da saúde, da educação, da segurança e das carências mil do nosso povo. Aos rios de dinheiro que são gastos e partilhados em obras duvidosas que comprometerão várias gerações. Ao circo de promessas que se tornaram as eleições municipais. À falta de perspectivas de futuro deste “Estado Solução”. E, sobretudo, assistem à destruição da nossa cepa, do nosso orgulho, da nossa honra, do nosso amor próprio e do nosso poder de reação.
Que a terra nos seja leve!!
(*) É advogado em Cuiabá.
E-mail – rgnery@terra.com.br
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