quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Discordar com respeito


Desculpe discordar
Antenor Pereira Giovannini (*)

"Faltam neste País mais dirigentes políticos que chorem". Presidente Lula

Desculpe discordar mais uma vez, Sr. Presidente. Com todo respeito que o seu cargo merece, o nosso País, Sr. Presidente, está precisando de dirigentes políticos honestos. Dirigentes políticos éticos. Dirigentes políticos com discernimento para entender e aplicar a palavra lisura. Dirigentes políticos que trabalhem e não fiquem de vagabundagem em tempo integral. Dirigentes políticos que pensem e ajam em nome do povo que os escolheu e não apenas em prol dos seus interesses políticos e principalmente pessoais.

Precisamos, Sr. Presidente, de dirigentes políticos que saibam honrar as calças que vestem. Ou saias já que temos um bom número de mulheres. Precisamos, Sr. Presidente, de dirigentes que, independente de bandeiras partidárias, acordos realizados na calada da noite, busquem soluções par tantos e tantos problemas que afligem a Nação. Precisamos, Sr. Presidente, de dirigentes políticos com vergonha na cara. Isso nos dias atuais, no governo de Vossa Excelência, à sua volta, ao seu redor, na Câmara, no Senado, é como achar uma agulha no palheiro. Todos se proclamam honestos. Aliás, um parêntese, Sr. Presidente: segundo o conceito que me foi passado pelo meu falecido pai, herdado de avós e bisavós, e lá se vai um bom tempo, honestidade era algo que vinha intrinsecamente ligado ao caráter de cada um, honestidade não era nenhuma virtude como efetivamente se tornou já que a primeira coisa que um político diz é que se trata de uma pessoa honesta. 

Todos se proclamam honestos, mas, ao mesmo tempo, na hora de votar uma lei que impeça políticos de ficha suja de participarem desse conchavo nacional, todos se abstêm e a coisa é arquivada. Esse é o político nacional, Sr. Presidente e V. Excia. apóia explicitamente muitos deles e até os elogia e os defende. .

Nós é que temos o direito de chorar por termos colocado políticos desse nível, dessa estirpe tomando conta de nossas Prefeituras, Governos de Estados, Câmaras, Senado. Colocamos raposas vestidas em pele de cordeiro para tomarem conta do galinheiro.
Chorar por ganhar a eleição para se tornar sede de uma Olimpíada, antes de ser bonito é exageradamente piegas, Sr. Presidente. 
Interessante é que o Sr. já chorou por fome conforme relatou diversas vezes em eventos pelo País, sobretudo em palanque. Certamente hoje nem o Sr. nem sua família passam fome. Mas, muitos ainda passam, mesmo com a sua Bolsa-Fome. Isso é de chorar.
E, o que é ainda pior, ao invés de procurar meios para que os atuais beneficiários possam ascender o circulo social e não mais necessitar do beneficio, o Sr., de forma demagógica e politiqueira, ainda aumenta o valor, consciente que não interessa dar trabalho e acabar com a Bolsa, mas, isto sim, conceder aumento e ganhar votos. 

Muitos de nós que trabalhamos de forma ordeira, honrada e cumprindo passo a passo as determinações de nossas leis, ao chegar ao final do ciclo produtivo e ao entrar na fase da aposentadoria, temos razões de sobra para chorar por ver o que sobra do soldo que se recebe , E os impostos, Sr. Presidente.? O Sr. já chorou alguma vez na vida ao ver quantos impostos os brasileiros pagam diariamente em cada compra, em cada serviço recebido, em cada produto por menor que seja? Acredito que não. O que o Sr. fez para que se mudassem esse quadro? Nada.

Mas, o Sr. chorou por causa de uma Olimpíada. Trará frutos ao País. É o que diz o Sr. e toda a Companhia do Pagode que o acompanha nessa megalomania. . Será? Que tanta certeza o Sr. tem ? Nada de comparar os demais países anfitriões de Olimpíadas, porque em todos os que abrigaram os Jogos, a questão de honestidade, princípios, lisura, objetividade, profissionalismo, planejamento, funcionaram e os objetivos foram alcançados. Se o Sr. até hoje não sabe onde foram parar os R$ 4 bilhões que o seu Ministro de Esporte gastou na montagem do Pan/2007, para o qual o Sr. endossou um orçamento de R$ 400 milhões, o que se pode esperar algo cujas primeiras estimativas de custos apontam para a casa dos R$ 25 bilhões de reais? 
Como o Sr. irá conseguir esconder as favelas que fazem parte desse Rio de Janeiro lindo, maravilhoso, porém sofrido e cuja população cresce de forma constante ? 
Como o Sr. irá esconder o tráfico de armas e drogas que tem sido responsável por inúmeras mortes de inocentes? A solução também está dentro desses R$ 26 bilhões orçados?

Como o Sr. bem sabe papel aceita tudo. Microfones e câmeras de televisão, também. Projeto bonito é fácil de construir. Basta pagar uma boa empresa de consultoria, um bom especialista em “marketing” e, com certeza até passar fome fica bonito. Tal qual quando se filma, Basta o editor acertar aqui e ali e se apresenta para um Comitê um Rio de Janeiro lindo e maravilhoso como se favelas não existissem e tudo aquilo se transforma num Paraíso. Por isso, mais uma vez desculpe discordar Sr. Presidente mas seriedade, linha de conduta, caráter, honestidade são adjetivos difíceis de encontrar no cenário na nossa política atual. 
Precisamos de políticos sérios e não de canastrões como alguns que andam por aí.


(*) Aposentado e morador em Santarém

Um comentário:

  1. Teninha, obrigada por expressar o que muito de nós pensamos, mas que não verbalizamos, porque embora tenhamos fé e esperança, ultimamente está dificil de acreditar em uma solução... por tudo que vemos e ouvimos sobre politica, dinheiro usado de forma indevida, violencia, etc. Um beijo enorme de sua fã Japa

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