USP tem 30 cursos com baixa procura
Carreiras que formam professor são maioria. Grupo com disputa menor triplicou na década
Uma em cada quatro carreiras oferecidas pela USP no vestibular deste ano da Fuvest tem menos de cinco candidatos por vaga. São 30 das 104 carreiras de graduação da universidade (28,8%) com baixa concorrência. A maioria desse grupo é formada por cursos de licenciatura, que formam professores - incluindo as duas carreiras de pedagogia oferecidas pela USP.
O número de carreiras com baixa procura neste ano, divulgado ontem pela coordenação da Fuvest, é 50% maior do que no ano passado, quando 20 carreiras tiveram menos de cinco candidatos por vaga. Para 2010, a USP oferece 10.607 vagas. Inscreveram-se para o processo seletivo 128.155 estudantes. A primeira fase está marcada para o próximo domingo.
O aumento de carreiras com baixa procura é ainda mais significativo se comparado com o início da década. Na Fuvest de 2002, somente cinco carreiras tinham até cinco estudantes para cada vaga oferecida. No vestibular de 2003, esse número foi para nove e, no ano seguinte, ficou em oito.
Nos últimos anos, o número de inscritos na Fuvest caiu de 170 mil, recorde histórico de 2006, para 128 mil na Fuvest de 2010. Uma das razões usadas para explicar essa queda é o Programa Universidade para Todos (ProUni), do governo federal, que oferece vagas gratuitas a estudantes de baixa renda em universidades particulares.
De acordo Maria Thereza Fraga Rocco, diretora-executiva da Fuvest, a explicação para o aumento dos cursos com baixa procura passa por várias hipóteses e uma constatação: a queda do número de inscritos na Fuvest nos últimos anos teve um impacto maior nas carreiras menos concorridas do que nas tradicionais, como medicina, direito e nas engenharias.
“Isso não se explica só pelo ProUni. Há historicamente carreiras menos procuradas”, afirma Maria Thereza. “Não tenho todas explicações, tenho hipóteses. Pela dificuldade de mobilidade urbana, o estudante pode achar mais fácil fazer faculdade perto da residência e do trabalho”, diz.
Fábio Mazzitelli - Grupo Estado

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