Produtores de banana no AM testam nova forma de controlar a Sigatoka negra
Os agricultores do Amazonas estão adotando um novo controle da sigatoka negra, uma das piores doenças da bananeira. O método é bem simples.
Na propriedade que fica em Manacapuru, no Amazonas, seu Carlos Bonifácio cuida da produção de bananas.
Sabe que precisa ficar atento ao aparecimento de doenças que podem prejudicar a produção.
A preocupação maior é com a sigatoka negra, doença causada por um fungo originário da Ilha Sigatoka, no Pacífico.
O fungo provoca lesões escuras nas folhas, prejudica a fotossíntese e acaba reduzindo a capacidade produtiva da planta. “Em torno de 42, 45 dias toda essa folha vai estar seca, vai morrer e a bananeira não produz porque não tem folha suficiente para alimentar o cacho.
É preciso que a bananeira tenha na época que ela produz um cacho, que ela tenha pelo menos dez folhas verdes, e se a bananeira não tem estas folhas na época que emite o cacho, a gente não vai ter produção comercial”, declara José Clério, engenheiro agrônomo.
Uma das formas de controlar a doença em grandes plantações é a pulverização aérea.
O problema neste caso é que os produtos não agem em toda a planta, apenas nos locais onde atingem a bananeira.
Pensando nesta questão, pesquisadores da Embrapa desenvolvem uma nova forma de manejo usando um fungicida a base de triazol.
O produto é sistêmico, isto é, age na seiva da bananeira, e está tendo bons resultados.
O método foi desenvolvido em 2006 e há dois anos vem sendo trabalhado com produtores rurais. “A grande vantagem desta técnica, primeiro: o instrume nto é muito simples, uma seringa está cerca de 200 a 250 reais, o produto é usado puro, então o produtor não vai ter problema de estar transportando a água para o campo ou o óleo, então é uma despesa a menos. Ele coloca o produto diretamente na axila da folha, então não existe problema de contaminação ambiental nem de atingir o operador”, explica Luadir Gasparotto, engenheiro agrônomo. Antes da aplicação do fungicida são necessárias algumas observações, a bananeira, por exemplo, precisa ter a partir da quatro meses de plantio.
O pseudo caule, que é uma parte do agrupamento das folhas tem que ter pelo menos 45 centímetros de circunferência a um metro e meio do solo, caso contrário, uma aplicação precoce pode até queimar a planta. “Se colocar em uma planta muito jovem vai ter problema, então as bainhas vão descolar da planta, ela vai ficar flácida, vai queimar folha”, comenta Luandir. Com roupa especial e esta seringa adaptada, seu Carlos coloca o produto na bananeira.
De acordo com a Embrapa, a aplicação do fungicida reduziu em 95% a ocorrência de sigatoka negra nas fazendas pesquisadas. O custo é menor do que o tratamento com aviões. Outra vantagem está no número de aplicações: o método de pulverização aérea exige 30 aplicações por ano, enquanto que esse usa apenas três. Os testes que foram feitos em avaliação do fruto, quando você aplica desta forma, não chega na polpa do fruto, então o fruto também é de alta qualidade, não tem resíduo de agrotóxico.
A Embrapa responde a consultas de quem quiser saber mais sobre a nova técnica de controlar a sigatoka negra. É só ligar para (0XX92)3303-7800 e o endereço do site é www.cpaa.embrapa.br


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