Do Blog Trágico e Cômico para o Jornal da Tarde/SP
Era sabido de longa data que Marina sairia do PV. A razão para isso era a falta de democracia dentro do próprio partido, controlado pela mesma turma há 12 anos. Em sua despedida, Marina disse que os partidos precisam abandonar as velhas práticas e que não é hora de ser pragmática, mas “sonhática”.
O “pragmatismo”, de fato, se estabeleceu na realpolítik como algo inevitável, com o objetivo de formar coalizão para governar. O que esquecem de dizer é o lado podre dessa prática: o peemedebismo. É assim, exigindo, comprando, vendendo e trocando cargos — a la PMDB — que se pratica o “pragmatismo” hoje. Tudo para poder acochambrar parentes e amigos dentro da máquina pública e comer o estado por dentro como cupins.
Como o peemedebismo se tornou prática corrente na política, com o PV não poderia ser diferente. Para se viabilizar eleitoralmente, o partido joga tintas esverdeadas em seu peemedebismo e, eleito o governante, passa a exigir cargos em secretarias verdes. Quem comanda essa praga de gafanhotos no partido é a figura decrépita de José Luiz Penna (uma espécie de Sarney do PV) e Zequinha Sarney que, como nome já acusa, é filho legítimo do peemedebismo. Marina leva com ela os 20 milhões de votos, mas os cargos e as boquinhas ficam todos no PMDB esverdeado.
Ironia é ver que vários dos “marineiros” do PV, pragmaticamente, não deixarão o partido, para não perder mandatos ou viabilizarem candidaturas em 2012. Resta agora saber se Marina vai ser “sonhática” a ponto de achar que não haverá militantes do pragmatismo nos quadros do novo partido que pretende fundar. Por enquanto, vinte milhões de eleitores estão vigiando, desconfiados.
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